Saudade, quantas vezes você já bateu em minha porta?
Da próxima vez que vier, não precisas bater a porta, entra como quem não quer nada, trás contigo as lembranças daquilo que me aperta o coração. Mentira, não é isto que eu desejo.
Oh saudade, tu que trazes tantas lagrimas poderias por um instante emprestar-me o teu sorriso? Mesmo que de leve quero senti-lo, quero prová-lo como quem não quer nada.
Empresta-me tudo que de melhor podes trazes, pois já estou enfadado de tanto sofrer por tua causa. As lembranças que me fazes ter, trás com ela lágrimas que escorrem ao meu rosto por saber que só o que me resta é isso, lembrar, nada mais que lembrar.
Vai saudade, afasta-te de mim, pois agora já não mais agüento chorar, quero sorrir e curtir tudo de perto, quero sentir e respirar todos os aromas bons da vida e não mais viver com uma vasta lembrança de como era tudo aquilo.
Quero agora ouvir soar o som de liberdade. Liberdade do que eu penso, do que eu acredito, de tudo.
Quero sonhar e curtir, curtir e viver, viver e sobreviver a tudo que pode me acontecer. Vai saudade, agora já me despeço, pois não mais quero ver tua volta, não que me faças tão mal, não é isso, mais é que eu prefiro não saber de tua existência.
Não te quero como amiga, pois assim estarias sempre comigo. No entanto, também não te quero inimizades, pois sofreria muito mais. Apenas peço para que te afastes de mim, fica longe por um tempo, só pelo tempo em que eu tenha como aproveitar as coisas que me acontecem.
Quero matar-te por um tempo, pois já não mais agüento teus efeitos, depois ti trarei de volta, pois é este o teu destino, mesmo depois que ti matamos sempre estais de volta.
Mas saudade viaja um pouco, bata em outras portas, me deixa livre por alguns instantes e depois juro como ti trago de volta.
Vai saudade, hoje te peço liberdade e também dou a tua, cuida-te e até breve.